quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Megaexposição sobre água na Oca começa nesta sexta-feira (26)


Aquários reais e virtuais, fotografias, instalações e obras de arte revelam a importância da água para o planeta em uma megaexposição de 8.000 m² no pavilhão da Oca, no Ibirapuera, em São Paulo, a partir desta sexta-feira (26).
Água na Oca foi idealizada e realizada pelo Instituto Sangari, responsável por exposições como Darwin e Einstein, e tem parceria com o Museu de História Natural de Nova York. A temática teve origem na mostra Water: H2O = Life, apresentada em 2007, no prédio no Central Park West. Segundo o curador Marcello Dantas, no entanto, a versão brasileira é quase dez vezes maior do que a americana em termos de espaço, diversidade e alcance.
Durante os cinco meses em que permanecerá em São Paulo, Água na Oca realizará também palestras, workshops e um extenso programa educacional, voltado para toda a rede de ensino.

Temas
A mostra é dividida por temas, de acordo com cada andar do pavilhão da Oca. No térreo, o visitante encontra o Mundo d’Água, que aborda as relações entre a água, a vida e o planeta, suas propriedades, problemas e potenciais. Nesse espaço é possível conhecer as diferentes relações entre a água e os seres vivos, desde aqueles que vivem no mar, quanto os que sobrevivem em condições de escassez do recurso. O andar também tem como atração uma faixa de aquários com mais de 60 espécies de peixes que vivem em sete ecossistemas diferentes. É possível conhecer espécies que habitam o Rio Negro, cursos d’água da floresta de Sumatra e a bacia do Congo, por exemplo.
A exposição também aborda as ameaças da pesca predatória e algumas iniciativas para contê-la, como a adoção de períodos de defeso (proibição da pesca durante o período do ano em que há reprodução e desenvolvimento dos animais).
O primeiro andar tem como destaque a fúria das enchentes. Os visitantes serão conduzidos por uma instalação que simula uma casa durante uma tempestade e a ameaça da enchente.
No segundo andar, chamado de A Última Fronteira, a grande atração é a zona abissal, localizada no fundo do oceano. Nesse espaço, um vídeo levará o espectador a diferentes lugares, desde os conhecidos recifes de coral até as partes mais obscuras do oceano. As janelas redondas da Oca também terão imagens em computação gráfica de espécies das profundezas do mar.

Arte
O subsolo da OCA é o andar dedicado às obras de arte que envolvem água. Denominado Desaguar, esse piso apresenta cinco obras que foram comissionadas a artistas brasileiros: a dupla Leandro Lima e Gisela Motta, Sonia Guggisberg, Laura Vinci, Márcia Xavier, e o trio Rejane Cantoni, Raquel Kogan e Leonardo Crescenti. Ainda há dois artistas convidados: Claudia Jaguaribe, que explora o potencial artístico de fotografias, e o londrino William Pye, que participará com cinco de suas esculturas chamadas “Water Sculptures”.
Uma parceria foi firmada com o Instituto Goethe e possibilitou a exibição de vídeos de artistas internacionais cuja obra tem a água como protagonista. São eles: Thomas Demand, a dupla Floris Schönfeld e Michael Sewandono, Christine de la Garenne, Gianfranco Foschino, Laura Glusman e Agnes Meyer-Brandis.
Empresas Água na Oca é apresentada pela IBM e pela Petrobras. O projeto é uma iniciativa do Movimento Cyan, da Ambev, e conta com o patrocínio do Bradesco, além de copatrocínio de Volkswagen e Tejofran.
No espaço interativo da IBM, denominado Por trás de cada gota, serão apresentados diversos projetos relacionados à água que utilizam a inteligência e a tecnologia da empresa. Em outro ambiente, o Movimento Cyan descreve em painéis exemplos simples de economia de água.

Exposição Água na Oca
De 26 de novembro de 2010 a 8 de maio de 2011Pavilhão Lucas Nogueira Garcez (Oca)Av. Pedro Álvares Cabral, S/Nº – Portão 3, Parque do Ibirapuera, Vila Mariana, São Paulo
HORÁRIOS
Terças, quartas e sextas-feiras: das 9h às 18h (bilheteria até as 17h)Quintas-feiras: das 9h às 21h (bilheteria até as 20h)Sábados, domingos e feriados: das 10h às 20h (bilheteria até as 19h)Não abre às segundas-feiras e excepcionalmente nos dias 24, 25 e 31 de dezembro de 2010 e em 1º de janeiro de 2011.
INGRESSOS
Inteira: R$ 20,00Estudantes e professores com comprovantes: R$ 10,00 (meia-entrada)Menores de 7 e maiores de 60 anos com documento não pagam.
No último domingo de cada mês, a entrada é gratuita para todos os visitantes.

AGENDAMENTO PARA ESCOLAS Diverte Cultural: 11 3883-9090
exposicao@divertecultural.com.br

Escolas particulares agendadas: R$ 15 por aluno**
Inclui visita guiada por monitores especializados, horário reservado para visita e atividade no Laboratório de Aprendizagem, material do aluno para cada um dos participantes e três horas de curso de formação com material de apoio para os professores. Escolas públicas agendadas são isentas de pagamento.

CONTATO
Dúvidas, críticas ou sugestões, envie um e-mail para: aguanaoca@institutosangari.org.br

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Celtas


Celtas


Os celtas colaboraram com sua cultura para a formação da sociedade que hoje compõe o continente europeu, conforme indicam os textos a seguir:

“[...] foi graças a esses “bárbaros”, como os romanos se referiam a eles com desprezo, que se difundiu o uso da roda. É certo que os celtas apuraram a técnica da curvatura de madeira que tornou possível o aparecimento não só da roda mas também do barril e de muitos utensílios de madeira. A invenção da carroça puxada a cavalos também lhes é atribuída. Pelo menos as palavras latinas carrus (carro, carroça), carruca (charrua- agricultura: aparato de tração animal ou mecânica cuja peça essencial, a ralha, tem a função de rasgar o solo com o fim de revolver e afofar a leiva; arado grande de ferro ) e carpentun (carruagem) são comprovadamente de origem celta. Assim como os nomes de Londres, Paris e Milão, cidades fundadas por eles.”


FALCONE, Mônica. O povo de Asterix.Superinteressante, Ano 5. n.5. maio de 1991. p. 49.


“O Halloween foi criado pelo povo celta, que viveu nas Ilhas Britânicas, cinco séculos antes de Cristo. Eles inventaram a festa para marcar o fim oficial do verão, o início do ano novo, o término da última colheita, a renovação das leis, retorno dos rebanhos e armazenamento das provisões (alimentos, mantimentos e víveres) para o inverno.
A festa tinha vários nomes, como Samhain, Samhein, La Samon e Festa do Sol. Mas o que prevaleceu foi Halloween, adaptada de “All Hallows Eve”, que significa véspera do Dia de Todos os Santos, comemorado em 1º de novembro. Para o povo druida, Samhain marcava o fim do verão com direito a um festival em sua homenagem, conhecido como Festival Druida de Samhain, comemorado em 31 de outubro”


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quadrinhos e Antigüidade

O mundo antigo segundo Asterix e Obelix
Túlio Vilela*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

"Estamos no ano 50 antes de Cristo. Toda a Gália foi ocupada pelos romanos... Toda ? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis gauleses ainda resiste ao invasor." Essa é a introdução que aparece antes de cada aventura de Asterix, o gaulês, famoso herói das histórias em quadrinhos francesas. Nas aventuras de Asterix, os legionários romanos quase sempre aparecem apanhando dos gauleses, especialmente de Obelix, o melhor amigo de Asterix.Mas será que os antigos romanos eram parecidos com os mostrados nessas histórias? E os outros povos da Antigüidade que também aparecem nessas histórias (gauleses, bretões, gregos, egípcios....)? Será que alguma tribo de gauleses conseguiu mesmo resistir aos romanos? Para responder essas e outras perguntas, precisamos separar o que é real do que é imaginário. Isso porque, como veremos com mais detalhes, nas histórias de Asterix, enquanto alguns elementos têm base em fatos históricos, outros são pura fantasia.



Metáfora da ocupação nazista na França


As histórias de Asterix foram criadas com o propósito de divertir e não com a pretensão de "ensinar História". Por isso, elas se valem do mesmo recurso usado para fazer humor nos desenhos animados dos Flintstones, a famosa família da Idade da Pedra: retratar o passado com as características do modo de vida dos dias de hoje. Na verdade, as histórias de Asterix refletem muito mais a época em que foram criadas do que propriamente a época em que elas se passam.Asterix foi criado pela dupla de franceses René Goscinny (escritor, já falecido) e Albert Uderzo (desenhista, que continuou a criar as histórias após a morte de Goscinny em 1977). O personagem apareceu pela primeira vez na revista francesa Pilote em 1959. Segundo vários críticos, o fato dessas histórias tratarem de um povo (os gauleses) resistindo à dominação de outro (os romanos) pode ter sido inspirado na resistência francesa à ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) ou uma crítica à hegemonia dos Estados Unidos após a Segunda Guerra.Seja como for, ao ler Asterix podemos aprender mais a respeito do mundo contemporâneo do que a respeito do mundo antigo. Neste artigo, responderemos algumas perguntas e falaremos um pouco de como diferentes povos foram mostrados nessa famosa série de quadrinhos.

Em qual período da história de Roma se passam as histórias de Asterix?

As aventuras de Asterix se passam no período da
República (509 a 27 a.C.). Trata-se do período em que Roma foi governada pelo Senado. Os outros períodos da história de Roma são o da Monarquia (753 a 509 a.C.), quando a cidade foi governada por reis, e o do Império (27 a.C. a 476 d.C.), em que o Senado perdeu parte da força que tinha antes e o poder passou a se concentrar nas mãos dos imperadores. Portanto, Júlio César, o general romano que liderou a conquista da Gália, e que é figura recorrente nas aventuras de Asterix, jamais foi imperador como muita gente costuma imaginar.O título de "imperador" (que significa "supremo") só surgiu depois da morte desse general e foi utilizado pela primeira vez por Otávio, sobrinho e filho adotivo de César, que passou a se chamar Augusto (nome que significa "divino"). Apesar de jamais ter recebido o título de imperador, Júlio César foi o principal responsável por várias conquistas militares que tornaram possível o Império Romano. Por isso, em sua homenagem, todos os imperadores romanos eram também chamados de Césares.

O verdadeiro Júlio César era mesmo parecido com o Júlio César mostrado nos quadrinhos?
O Júlio César mostrado nos quadrinhos de Asterix guarda semelhanças físicas com as estátuas e bustos feitos em homenagem ao verdadeiro César. No entanto, vale destacar uma curiosidade: essas estátuas e bustos geralmente mostram Júlio César com todos os cabelos, mas quando foram feitas, o modelo já era calvo. Trata-se de um fato comum na História: os poderosos são retratados da forma como eles gostariam de ser lembrados e não como realmente eram. No que se refere à personalidade, o César dos quadrinhos também lembra o que existiu em alguns aspectos, tais como espírito de liderança e habilidade política.



E Cleópatra, a rainha do Egito?


Há semelhanças entre a verdadeira e a mostrada em Asterix?

A Cleópatra mostrada nos quadrinhos (e também no filme Asterix e Cleópatra) é inspirada na imagem popular difundida nos filmes de Hollywood, a de uma rainha sedutora e de beleza exótica que encantava inúmeros homens. Ao que tudo indica, a verdadeira Cleópatra era bem diferente: descendente dos reis ptolomaicos, dinastia fundada por um dos generais de Alexandre, o Grande, ela tinha muito mais em comum com os gregos do que com os egípcios (Alexandre, que veio da Macedônia, difundiu a cultura grega no Ocidente). Segundo Plutarco, filósofo e historiador grego que viveu na Antigüidade, Cleópatra não tinha uma beleza extraordinária, mas era muito atraente, com uma voz capaz de encantar os homens em qualquer língua. Tal como mostrado no álbum O filho de Asterix, ela teve realmente um filho com Júlio César. No entanto, na vida real, César recusou-se a tornar esse filho seu herdeiro, honra que coube a Otávio. O filho de César e Cleópatra, que se tornou o faraó Ptolomeu 15, também conhecido como Cesarion ("Pequeno César"), teve um final trágico: morreu assassinado aos dezessete anos por ordem de Otávio.


Além de Júlio César e Cleópatra, outras figuras históricas já apareceram nos quadrinhos de Asterix?

Sim. Dentre os quais podemos destacar, Vercingetórix, chefe gaulês que tentou resistir à conquista romana, e Brutus, enteado de Júlio César, que se tornaria um dos responsáveis pelo assassinato de César (daí a famosa frase que César teria proferido pouco antes de morrer: "Até tu, Brutus?!").



Alguma tribo gaulesa conseguiu mesmo resistir à ocupação romana?

Inicialmente, os gauleses conseguiram oferecer resistência, mas acabaram sendo conquistados pelo exército de César. Em 52 aC. o chefe gaulês Vercingetórix conseguiu unir as tribos do centro e do leste da Gália contra os romanos. Tudo o que sabemos desse chefe é aquilo que o próprio Júlio César escreveu em sua obra "Das guerras na Gália". No início, esse chefe conquistou algumas vitórias usando a prática da "terra queimada", que consistia em abandonar as terras mas deixando-as de maneira que o inimigo não conseguisse se reabastecer (sem comida). No entanto, após uma derrota numa batalha, Vercingetórix se rendeu para poupar seu povo. Foi levado como prisioneiro para Roma e jogado em uma cela. Há indícios de que tenha morrido estrangulado na prisão em 46 a.C. Como se vê, apenas nas aventuras de Asterix é que os gauleses vencem os romanos no final.



Vercingetórix depõe as armas aos pés de César




Todos os povos mencionados nas histórias de Asterix existiram mesmo?

Sim. No entanto, como já afirmou certa vez numa entrevista, o próprio desenhista Albert Uderzo, esses povos devem ter sido bem diferentes na vida real, principalmente no que se refere aos costumes. Nos quadrinhos de Asterix, os povos antigos são mostrados com as características atribuídas aos povos que vivem hoje nas regiões onde se passam as histórias. Daí, os gauleses parecerem com a imagem que os franceses fazem de si mesmos (que é bastante diferente da que o resto do mundo faz dos franceses) ou os bretões parecerem com os ingleses dos dias de hoje.